Formação Estelar e Campo Magnético
Imagem da nebulosa e região de formação estelar galática
NGC3603, obtida com o
Telescópio Espacial Hubble, mostrando estrelas supergigantes
e Wolf-Rayet na esquerda, e glóbulos de Bok no canto superior direito.
Localizada a 22 mil anos-luz de distância, na constelação da Carina, contém
um aglomerado com cerca de 1 milhão de anos que
contém um sistema binário de período 3,77 dias, composto de estrelas com
massas de 114 e 84 massas solares.
Esquema de formação estelar
|
Se levarmos em conta o campo magnético, a equação de movimento
de Euler (2.377) torna-se
onde
e
é a taxa de colisões,
é a velocidade relativa entre as partículas,
é o momentum transferido em uma colisão,
desprezando o campo elétrico ,
onde a última igualdade é pela Lei de Ampére,
já que a corrente é a fonte do campo magnético.
Imagens do Telescópio Espacial Hubble de discos proto-estrelares detectados pelo IRAS.
Espectro de uma proto-estrela de acordo com
Bruce A. Wilking (1989), Publications of the Astronomical Society of the Pacific, 101, 229.
Seqüência de imagens obtidas durante 6 anos da estrela
Herbig-Haro 30
com o Telescópio Espacial Hubble, mostrando o disco de acresção e
a ejeção bipolar de material.
Modelo de formação estelar: a nuvem colapsa, forma um disco
de acresção e subseqüentemente material é ejetado em forma de vento.
Durante a formação, uma nuvem de gás se contrai, formando
uma proto-estrela.
Quando a temperatura no núcleo fica suficientemente alta para iniciar
reações nucleares estáveis,
a proto-estrela torna-se uma estrela da seqüência
principal, transformando hidrogênio em hélio no núcleo.
A abundância de lítio, que é consumido a baixas temperaturas
nas estrelas (3 milhões K)
p+Li6->Be7
Be7->Li7
Li7+p->Be8
Be8->He4+He4
pode indicar a idade da estrela,
mas depende fortemente
da massa da estrela; quanto menor a massa, mais profunda é a zona de convecção,
levando a uma maior depleção. Entretanto as linhas de lítio podem
ser afetadas pela presença da cromosfera, que poderiam reduzir
estas linhas, levando a uma determinação incorreta.
Abundância de lítio em estrelas pré-seqüência principal com massas
determinadas, comparadas
com a abundância cósmica de log N(Li)=3,31, marcada pela linha.
Keivan G. Stassun, Robert D. Mathieu, Luiz Paulo Ribeiro Vaz, Nicholas Stroud,
e Frederick J. Vrb, em seu artigo de 2004,
"Dynamical Mass Constraints on Low-Mass Pre Main-Sequence Stellar Evolutionary
Tracks: an Eclipsing Binary in Orion with a 1.0 MSun Primary and a
0.7 MSun Secondary",
The Astrophysical Journal Supplement Series, 151, 357,
mostram que os modelos de pré-seqüência principal ainda não estão
suficientemente calibrados com observações.
As regiões de formação estelar também apresentam nebulosas caracterizadas
por espectro de emissão, jatos e ejeção bipolar, chamados de
objetos
de Herbig-Haro, em honra aos descobridores
George
H. Herbig (1920-2013)
(1950, Astrophysical
Journal, 111, 11)
e Guillermo Haro
(1913-1988) (1952, Astrophysical Journal, 115, 572).
As estrelas T Tauri (massa < 2MSol) e
Herbig-Haro (massa > 2MSol) emitem raio-X, indicando que
a acreção se dá a altas taxas e que os campos magnéticos são
intensos. Elas também têm alta taxa de rotação e são cromosfericamente
ativas.
Dois objetos Herbig-Haro fotografados pelo Telescópio Espacial Hubble.
Isabelle Baraffe,
Gilles Chabrier, France Allard e
Peter H. Hauschildt, em seu artigo de 2003,
"Evolutionary models for low-mass stars and brown dwarfs:
uncertainties and limits at very young ages",
Astronomy & Astrophysics,
levam em conta os efeitos da atmosfera nos modelos de estrelas
jovens (idade menor que 100 milhões de anos). Eles mostram que
a transição estrela a anã-marrom ocorre em massa próxima de 0,075
massas solares, já que abaixo desta massa
os objetos tornam-se parcialmente degenerados e sua produção
de energia nuclear não é suficiente para compensar a perda de energia
por radiação
(LNuclear<L),
de modo que eles nunca atingem a seqüência principal.
Para que ocorra queima de deutério, a massa mínima é de 0,012 massas solares
em seus modelos.
Para abundâncias primordiais de 2D, uma estrela de
0,07MSol depleta seu deutério por uma fator de 100
em 3 milhões de anos, enquanto um objeto de 0,02Sol
leva 17 milhões de anos.
Simulações de Formação de
Grupos de Estrelas na Universidade de Leicester
Simulações de Naoki Yoshida et al., Astrophysical Journal (2003, 2006,
2007),
2008 Science,
2009 das
amplificações gravitacionais das pequenas flutuações de densidades,
observadas na radiação de fundo do Universo, predizendo que objetos
pequenos se formam antes (bottom-up). Nas simulações, as pequenas
flutuações levam a condensações de nuvens moleculares
nos halos de matéria escura e à formação
das primeiras proto-estrelas, de 100 a 1000 massas solares, nos
primeiros milhões de anos do Universo.
A função inicial de massa (IMF) que nos diz quantas estrelas de cada massa são formadas
em um grupo de estrelas, parece ser uma relação universal, exceto em baixas massas,
onde as condições locais (metalicidade, momento angular, momento magnético) influenciam
o limite mínimo de fragmentação. É importante notar que relações logarítimicas, como a
IMF, o decaimento da pressão e temperatura com a altura em uma atmosfera,
a extinção de um feixe de luz,
a lei exponencial do espectros de galáxias ativas e várias outras relações deste
tipo conhecidas na natureza, são conseqüência direta de relações do tipo df/dx=a.x,
onde a é uma constante e, portanto, devem ser universais.
Estrelas Binárias
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Volta: Astronomia e Astrofísica
Modificada em 3 nov 2011