Se considerarmos que a
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daL = 2 G ML RT ⁄ dT-L3
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Acredita-se que, no passado, o período de rotação da Lua era menor do que o seu período de translação em torno da Terra. Ao girar, ela tentava arrastar consigo os bojos de maré, que sempre ficavam alinhados na direção da Terra. Assim, havia um movimento relativo entre as diferentes partes da Lua, o qual gerava atrito, que por sua vez tendia a frear a rotação. Devido a esse atrito a Lua foi perdendo energia de rotação até ficar com a rotação sincronizada, estado em que o período sideral é exatamente igual ao período de revolução.
Não é só a Lua que tem rotação sincronizada; os dois satélites de Marte, Phobos e Deimos, cinco luas de Júpiter (incluindo os quatro satélites galileanos), 9 luas de Urano, a lua Tritão de Netuno, Plutão e Caronte, todos têm rotação sincronizada. B>A maré de Júpiter sobre Io, que está aproximadamente à mesma distância de Júpiter que a Lua está da Terra, causa vulcanismo acentuado em Io, já que Júpiter tem massa 318 maior que a da Terra. A dissipação das forças de maré em Io causam o vulcanismo, e a órbita é mantida excêntrica por ressonância com Europa e Ganímedes, causando deslocamentos verticais de até 100 metros.
Na órbita circular e sincronizada não existe movimento relativo. A distorção ainda ocorre, mas há equilíbrio que não envolve qualquer movimento relativo por qualquer parte da matéria.
No estado atual de evolução do sistema Terra-Lua, a Terra ainda tem que girar sob os bojos de maré, que ficam sempre apontados para a Lua. O atrito gerado faz com que a rotação da Terra diminua, aumentando o dia em 0,002 segundos por século.
Se o momentum angular de rotação da Terra diminui por fricção, então a Lua tem que aumentar seu momentum angular orbital, movendo-se para mais longe da Terra.
Vamos ver porque isso acontece.
O momentum angular de translação da Lua é dado por ,
onde r é o raio da órbita e v a velocidade orbital. Aproximando por uma órbita circular,
e o período , então:
ou seja, aumentando o raio da órbita r, aumenta o momentum angular orbital, compensando a redução do momentum angular de rotação (spin).
A força que "empurra" a Lua para fora é a gravidade exercida pelo bojo de maré mais próximo da Lua, que fica sempre um pouco "adiantado" em relação à Lua porque é arrastado junto com a Terra no movimento de rotação. A massa de água do bojo acelera a Lua, que ganha velocidade tangencial, se afastando da Terra.
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