Vários séculos antes de Cristo, os chineses sabiam a duração do ano e usavam um calendário de 365 dias. Deixaram anotações precisas de cometas, meteoros e meteoritos desde 700 a.C. Mais tarde, também observaram as estrelas que agora chamamos de novas.
Os babilônios
(região da Mesopotâmia, entre os rios Eufrates e Tigres, atual Iraque, de Hamurabi, Nabucodonossor e da Torre de Babel da Bíblia), assírios e egípcios também
sabiam a duração do
ano desde
épocas pré-cristãs. Em outras partes do mundo, evidências de
conhecimentos
astronômicos muito antigos foram deixadas na forma de monumentos, como o de
Newgrange, construído em 3200 a.C. (no solstício de inverno o sol ilumina o corredor e a câmara central)
e Stonehenge, na Inglaterra, que data de 3000 a 1500 a.C.
Os maias, na América Central, também tinham
conhecimentos de calendário e de fenômenos celestes,
e os polinésios
aprenderam a navegar por meio de observações celestes.
Nas Américas, o observatório mais antigo descoberto é
o de Chankillo, no Peru, construído entre 200 e 300 a.C.
(Iván
Ghezzi e Clive Ruggles,
Science, 2007, 315, 1239).
O ápice da ciência antiga se deu na Grécia, de 600 a.C. a 400 d.C., em níveis só ultrapassados no século XVI. Do esforço dos gregos em conhecer a natureza do cosmos, e com o conhecimento herdado dos povos mais antigos, surgiram os primeiros conceitos de Esfera Celeste. Platão (428-347 a.C.) descreveu em seu livro República (Livro VII, 529, 50) uma esfera de material cristalino, incrustada de estrelas, tendo a Terra no centro, com outras esferas mais próximas carregando a Lua, o Sol, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Desconhecedores da rotação da Terra, os gregos imaginaram que a esfera celeste girava em torno de um eixo passando pela Terra. Observaram que todas as estrelas giram em torno de um ponto fixo no céu e consideraram esse ponto como uma das extremidades do eixo de rotação da esfera celeste.
Há milhares de anos, os astrônomos sabem que o Sol muda sua posição no céu ao longo do ano, se movendo aproximadamente um grau para leste por dia, em relação às estrelas. O tempo para o Sol completar uma volta na esfera celeste define um ano. O caminho aparente do Sol no céu durante o ano define a eclíptica, assim chamada porque os eclipses ocorrem somente quando a Lua está próxima da eclíptica.
Como a Lua e os planetas percorrem o céu em uma região de dezoito graus centrada na eclíptica, essa região é definida como o Zodíaco, dividida em doze constelações, várias com formas de animais. Atualmente as constelações do Zodíaco são treze: Áries, Touro, Gêmeos, Cancer, Leão, Virgem, Escorpião, Ofiúco, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes.
As constelações são grupos aparentes de estrelas. Os antigos babilônios, gregos, os chineses e egípcios antes deles, já tinham dividido o céu em constelações, para usá-las como referência.
Tales de Mileto (624 - 546 a.C.)
introduziu na Grécia os fundamentos da geometria
e da astronomia,
trazidos do Egito.
Pensava que a Terra era um disco
plano em uma vasta extensão de água.
Pitágoras de Samos (572 - 497 a.C.) acreditava
na esfericidade da Terra, da Lua e
de outros corpos celestes. Achava que os planetas, o Sol, e a
Lua eram transportados por esferas separadas da que carregava as estrelas.
Foi o primeiro a chamar o céu de cosmos.
Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.), aluno de Platão, e este aluno de Sócrates,
explicou que as fases da Lua1 dependem de
quanto da parte da face da Lua iluminada pelo Sol está voltada para a
Terra. Explicou, também, os eclipses: um eclipse do Sol ocorre quando a Lua
passa entre a Terra e o Sol; um eclipse da Lua ocorre quando a Lua entra na
sombra da Terra. Aristóteles argumentou a favor da
esfericidade da Terra, já
que a sombra da Terra na Lua durante um eclipse lunar é sempre arredondada.
Afirmava que o Universo é esférico e finito.
Aperfeiçoou a teoria das esferas concêntricas
de Eudoxus de Cnidus (408-355 a.C.), propondo eu seu
livro De Cælo, que "o Universo é finito e
esférico, ou não terá centro e não
pode se mover."
Após Aristóteles, o desenvolvimento científico passou para Alexandria, capital do Egito, fundada
por Alexandre o Grande (356-323 a.C.) em 332 a.C., que fora aluno de Aristóteles.
Euclides de Alexandria (330 a.C.-?) descreve em seu livro A Doutrina da Esfera o horizonte,
os polos, o zênite, as verticais - grandes círculos passando pelo zênite,
os círculos de declinação, passando pelos pólos e cruzando o equador em em ângulo reto,
o meridiano, passando pelo zênite e pelos pólos.
Heraclides de Pontus (388-315 a.C.) propôs que a Terra gira diariamente sobre seu próprio eixo, que Vênus e Mercúrio orbitam o Sol, e a existência de epiciclos.
Aristarco de Samos (310-230 a.C.) foi o primeiro a propor a Terra se movia em volta do Sol, antecipando Copérnico em quase 2000 anos. Entre outras coisas, desenvolveu um método para determinar as distâncias relativas do Sol e da Lua à Terra e mediu os tamanhos relativos da Terra, do Sol e da Lua.
Eratóstenes de Cirênia (276-194 a.C.),
bibliotecário e diretor da Biblioteca Alexandrina de 240 a.C. a 194 a.C.,
foi o primeiro a calcular o diâmetro da Terra.
Hiparco de Nicéia (c.190-c.120 a.C.), considerado o maior astrônomo da era pré-cristã,
construiu um
observatório na ilha de Rodes, onde fez observações durante o
período de
147 a 127 a.C.
Como resultado,
ele compilou um catálogo com a posição no
céu e
a magnitude de 850 estrelas. A magnitude, que especificava o brilho da
estrela, era dividida em seis categorias, de 1 a 6, sendo 1 a mais
brilhante, e 6 a mais fraca visível a olho nu. Hiparco deduziu corretamente
a direção dos pólos celestes, e até mesmo a precessão,
que é a variação da direção do eixo de rotação da Terra devido
à influência gravitacional da Lua e do Sol, que leva 26000 anos
para completar um ciclo.2Para deduzir a precessão, ele comparou
as posições de várias estrelas
com aquelas catalogadas por Timocharis de Alexandria e Aristyllus de Alexandria
150 anos antes (cerca de 283 a.C. 260 a.C.).
Estes eram
membros da Escola Alexandrina do século III a.C.
e foram os primeiros a medir as distâncias das estrelas
de pontos fixos no céu (coordenadas eclípticas).
Foram, também, dos primeiros a trabalhar na Biblioteca de Alexandria,
que se chamava Museu, fundada pelo rei do Egito,
Ptolémée Sôter Ier, em 305 a.C..
Hiparco também deduziu o valor correto de 8/3 para a razão entre o tamanho da sombra da Terra e o tamanho da Lua e também que a Lua estava a 59 vezes o raio da Terra de distância; o valor correto é 60. Ele determinou a duração do ano com uma margem de erro de 6 minutos.
Ptolomeu (85 d.C. - 165 d.C.) (Klaúdios Ptolemaîos - Claudius Ptolomaeus)
foi o último astrônomo importante
da antiguidade.
Ele era grego-egípcio, com cidadania romana,
e vivia em Alexandria, uma província romana no Egito.
Ele compilou uma série
de treze volumes sobre astronomia,
conhecida como o
Almagesto, que é a
maior fonte de conhecimento sobre a
astronomia na Grécia.
Embora os sumérios e babilônios usassem um símbolo para indicar a ausência de um valor em uma posição em seu sistema sexagesimal, o número zero foi definido por Brahmagupta (598-668) em 628 d.C. na sua obra Brahmasphutasiddhanta, estabelecendo as regras para sua soma, subtração e multiplicação.