Asteróides são um grupo numeroso de pequenos corpos (planetas menores) com órbitas situadas na grande maioria no Cinturão Principal de Asteróides, entre as órbitas de Marte e Júpiter, a uma distância média da ordem de 2,8 unidades astronômicas (UA) do Sol. Mais de 12000 asteróides têm órbitas bem determinadas. Eles orbitam o Sol aproximadamente na mesma direção dos planetas (de oeste para leste) e a maioria no mesmo plano. A partir de 1992 foram descobertos vários asteróides além da órbita de Netuno, chamados objetos transnetunianos. A maioria desses objetos têm órbitas alinhadas com a eclíptica, formando um anel em torno do Sol, a uma distância média de 40 UA, chamado "Cinturão de Kuiper". Todos os asteróides são menores do que a Lua.
O Cinturão de Asteróides principal contém asteróides com semi-eixo maior de 2,2 a 3,3 UA, correspondendo a períodos orbitais de 3,3 a 6 anos. Provavelmente mais de 90% de todos os asteróides estão neste Cinturão. Os grandes asteróides têm densidade da ordem de 2,5 g/cm3.
O maior asteróide do Cinturão principal, e o primeiro asteróide conhecido é Ceres,
descoberto em 1801 pelo italiano Giuseppe Piazzi (1746-1826),
com massa de um
centésimo da massa da Lua, e diâmetro de 1000 km. Nessa época os astrónomos estavam procurando insistentemente um planeta que, de acordo com a lei de Titius-Bode, deveria existir entre as órbitas de Marte e Júpiter. Piazzi achou que tinha encontrado tal planeta, mas em seguida as descobertas de novos "pequenos planetas" nessa região se multiplicaram, e todos foram agrupados sob o nome de "asteróides.
Pallas foi descoberto em 1802, por
Heinrich Wilhelm Mattäus Olbers (1758-1840) e
Juno em 1804 por Karl Ludwig Harding (1765-1834).
O asteróide Ida, com 50 km de diâmetro, foi fotografado em 1993
pela sonda Galileo e foi então descoberto que ele possui um
satélite, Dactyl, de 1,5 km de diâmetro, a
100 km de distância.
Aproximadamente 10% dos asteróides têm satélites.
Este cinturão foi predito pelos cálculos do astrônomo irlandês Kenneth Essex Edgeworth (1880-1972) em 1949 e do holandês Gerard Peter Kuiper (1905-1973) em 1951. Esta teoria reapareceu no início dos anos 1970, quando simulaçães numéricas provaram que os cometas de longo período, provenientes da Nuvem de Oort, não podem ser capturados pelos planetas gigantes do sistema solar para transformarem-se em cometas de curto período. Desde a primeira descoberta de um asteróide transnetuniano por David C. Jewitt & Jane X. Luu em 1992, foram descobertos mais de 1000 asteródes do Cinturão de Kuiper, a maioria com cerca de 100 km de diâmetro. Eris, Plutão, Sedna, Quaoar, com 625 km de raio, Varuna, com 450 km de raio e 2002 AW197, também com 450 km de raio, são alguns dos maiores asteróides do cinturão de Kuiper. Devem existir mais de 70 000 asteróides com mais de 100 km de diâmetro no cinturão de Kuiper.
O asteróide transnetuniano 2001 KX76
, com 1200 km de largura, desbancou Ceres como o maior asteróide
conhecido até então.
Na figura ao lado, as distâncias não estão em escala.
O asteróide Quaoar
foi descoberto em
2002 por Michael E. Brown e Chadwick Trujillo, do Caltech. Tem cerca de 1250 km de diâmetro e está localizado a cerca de 1,6
bilhões de km
além de Plutão, no cinturão de Kuiper.
Seu nome oficial é 2002 LM60, mas os descobridores o chamaram de
Quaoar, ''força de criação'' na língua da tribo Tongva, os primeiros
habitantes da bacia de Los Angeles.
(2002 LM60 i=8.0° e=0.034 d=43.377UA)
Eris (2003 UB313), um asteróide do cinturão de
Kuiper (asteróide transnetuniano), descoberto em 2005 por
Michael E. Brown (1965-), Chadwick A. Trujillo (1973-) e David Lincoln Rabinowitz (1960-),
é maior do que Plutão,
conforme as medidas feitas
com o Telescópio Espacial
Hubble em
9 e 10 de dezembro de 2005, que resultaram em um diâmetro
de 2398 ± 97 km, comparado com 2288 km de Plutão.
O asteróide Eris
varia de distância ao Sol entre 38 UA e 98 UA (a=67,73 UA, P=557,44 anos),
provavelmente foi deslocado de sua órbita por Netuno, e tem
um plano de órbita bem inclinado em relação ao dos planetas (44°).
O asteróide 2003 UB313 tem um satélite, S/2005 (2003 UB313) 1,
fotografado pela primeira vez por Michael E. Brown com telescópio de 10m do W.M. Keck Observatory.
O planeta anão 2003 UB313 recebeu em 13 set 2006 o nome oficial de
Eris, a deusa da discórdia na mitologia grega. Seu satélite recebeu o nome
Dysnomia, que na mitologia é o espírito demoníaco da falta de lei.
Pela órbita de Dysnomia se mede que Eris é 27% mais massivo que Plutão.
Até mar/2008 existiam
404 578
asteróides catalogados, e 2 461 cometas.
Asteróides muito pequenos são chamados meteoróides.
Desde agosto de 2006 o sistema solar tem uma nova categoria de objetos, que são os planetas anões. Enquadram-se nessa categoria objetos que:
Plutão tem 3 satélites. Imagens de maio de 2005 obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble mostraram, além do satélite Caronte descoberto em 1978, dois outros objetos menores orbitando Plutão. Em fevereiro de 2006 novas observações confirmaram estes dois novos satélites, chamados de Hydra (monstro com corpo de serpente e nove cabeças - S/2005 P1) e Nix (deusa da escuridão, S/2005 P2).
Meteoros são pequenos asteróides (meteoróides) que se chocam com a Terra. Ao penetrar na atmosfera da Terra geram calor por atrito com a atmosfera, deixando um rastro brilhante facilmente visível a olho nu, chamados de estrelas cadentes. O termo vem do grego meteoron, que significa fenômeno no céu. Existem aproximadamente 2000 asteróides com diâmetro maior de 1 km, que se aproximam da Terra, colidindo com uma taxa de aproximadamente 1 a cada 1 milhão de anos. 2 a 3 novos são descobertos por ano e suas órbitas são muitas vezes instáveis, devido a interações gravitacionais com os vários corpos (planetas e asteróides).
Meteoritos são meteoróides que atravessam a atmosfera da Terra sem serem completamente vaporizados, caindo ao solo. Do estudo dos meteoritos se pode aprender muito sobre o tipo de material a partir do qual se formaram os planetas interiores, uma vez que são fragmentos primitivos do sistema solar.
Existem 3 tipos de meteoritos: os metálicos, os rochosos, e os metálico-rochosos. Os rochosos são os mais abundantes, compreendendo 90% de todos meteoritos conhecidos. Um tipo de meteoritos rochosos são os condritos carbonáceos, que representam o tipo mais antigo de meteoritos, com aproximadamente 4,5 bilhões de anos e parecem não ter sofrido qualquer alteração desde a época de sua formação. Os metálicos são compostos principalmente de ferro e níquel. Na Terra caem aproximadamente 25 milhões por dia, a grande maioria com algumas microgramas.
Em agosto de 1996 cientistas da NASA revelaram evidências indiretas de possíveis fósseis microscópicos que poderiam ter se desenvolvido em Marte 3,6 bilhões de anos atrás, no meteorito marciano ALH84001. Sua denominação vem do fato de ter sido o meteorito número 001, colectado em 1984, na região chamada Allan Hills, na Antártica. Este meteorito, de 1,9 kilos, é um dos 30 meteoritos já coletados na Terra que acredita-se foram arrancados de Marte por colisões de asteróides. ALH84001 cristalizou-se no magma de Marte 4,5 bilhões de anos atrás, foi arrancado de Marte 16 milhões de anos atrás e caiu na Antártica 13 mil anos atrás. Ele mostra traços de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e depósitos minerais parecidos com os causados por nanobactérias na Terra e, portanto, indicando que poderia ter havido vida em Marte no passado remoto. Esta é a primeira evidência da possível existência de vida fora da Terra e levanta a questão de se a vida começou em outros pontos do Universo além da Terra, espontaneamente. Em outubro de 1996, cientistas ingleses descobriram traços de carbono orgânico em outro meteorito marciano, ETA79001, novamente uma evidência circunstancial para a qual vida é somente uma das possíveis interpretações. Entretanto muitos cientistas argumentam que os resíduos são na realidade partes de superfícies de cristais de piroxeno e carbonatos e não nanofósseis. A sonda Sojourner, da missão Mars Pathfinder de julho a setembro de 1997, comprovou que a composição química das rochas marcianas é de fato muito similar à composição dos meteoritos como o ALH84001.
A foto acima é da Meteor Crater, ou Cratera Barringer [Daniel Moreau Barringer (1860-1929), que demonstrou que a cratera era devido ao impacto de um meteorito], no Arizona, tem 1,2 km de diâmetro e 50 mil anos.
Duas vezes no século XX grandes objetos colidiram com a Terra. Em 30 de junho de 1908, um asteróide ou cometa de aproximadamente 100 mil toneladas explodiu na atmosfera perto do Rio Tunguska, na Sibéria, derrubando milhares de de árvores e matando muitos animais.
O segundo impacto ocorreu em 12 de fevereiro de 1947, na cadeia de montanhas Sikhote-Alin, perto de Vladivostok, também na Sibéria. O impacto, causado por um asteróide de ferro-níquel de aproximadamente 100 toneladas que se rompeu no ar, foi visto por centenas de pessoas e deixou mais de 106 crateras, com tamanhos de até 28 m de diâmetro e 6 metros de profundidade. M de 28 toneladas em 9000 meteoritos metálicos foram recuperados. O maior pedaço pesa 1745 kilos.
A cada dia a Terra é atingida por corpos
interplanetários, a maioria deles microscópicos, com uma
massa acumulada de 10 000 toneladas.
Em geral, o número de satélites de um planeta está associado à sua massa. O maior satélite do sistema solar é Ganimedes, um dos quatro satélites galileanos de Júpiter, com raio de 2631 Km. O segundo é Titan, de Saturno, com 2575 Km de raio (5150 Km de diâmetro). Ambos são maiores do que o planeta Mercúrio, que tem 2439 km de raio (4878 km de diâmetro). Note que a Lua, com 3475 km de diâmetro, é maior do que Plutão, que tem 2350 km de diâmetro.
Nome | Diâmetro | Massa | Densidade |
---|---|---|---|
(km) | (Lua=1) | (g/cm3) | |
Ganimedes | 5280 | 2,0 | 1,9 |
Titan | 5150 | 1,9 | 1,9 |
Calisto | 4820 | 1,5 | 1,9 |
Io | 3640 | 1,2 | 3,5 |
Lua | 3475 | 1,0 | 3,3 |
Europa | 3130 | 0,7 | 3,0 |
Tritão | 2710 | 0,3 | 2,1 |
Os três maiores satélites têm a mesma densidade e aproximadamente o mesmo tamanho e, portanto, devem ter a mesma composição química; provavelmente têm um interior estratificado, com um núcleo rochoso do tamanho da Lua cercado por uma camada espessa de gelo ou possivelmente água. Titan apresenta a notável característica de possuir uma atmosfera densa, rica em compostos de carbono e metano. Titan, como Vênus, é cercado por uma camada opaca de nuvens.
A maioria dos satélites revolve em torno do respectivo planeta no sentido de oeste para leste e a maioria tem órbita aproximadamente no plano equatorial de seu planeta.
Satélites pastoreiros do anél F de Saturno, Prometeu (o interno, 145×85×62 km) e Pandora (114×84×62 km), descobertos em 1980
pela sonda Voyager.
O mecanismo de "pastoreamento", em linhas gerais, funciona assim: a lua pastoreira
mais interna tem velocidade orbital maior do que a das partículas do anel, e
a luz pastoreira mais externa tem velocidade orbital menor (movimento kepleriano).
Quando a lua mais interna ultrapassa as partículas em um determinado ponto do
anel, lhes tranfere momentum angular, fazendo com que elas espiralem para uma
órbita mais externa. Por outro lado, as partículas do anel externo,
ao ultrapassarem a lua pastoreira externa, transferem para ela parte de seu
momentum angular, indo para uma órbita mais interna. Dessa maneira as partículas
ficam confinadas em um anel estreito e bem definido.
Os cometas constituem outro conjunto de pequenos corpos orbitando o Sistema Solar. Suas órbitas são elipses muito alongadas. Eles são muito pequenos e fracos para serem vistos mesmo com um telescópio, a não ser quando se aproximam do Sol. Nessas ocasiões eles desenvolvem caudas brilhantes que algumas vezes podem ser vistas mesmo a olho nu.
Algumas vezes é observada também uma anti-cauda, isto é, uma cauda na direção do Sol. Essa cauda é um efeito de perspectiva, causado por partículas grandes (0,1 a 1 mm de diâmetro), ejetadas do núcleo, que não são arrastadas pela pressão de radiação do Sol, permanecendo na órbita.
Edmund Halley (1656-1742), astrônomo britânico amigo de Isaac Newton, foi o primeiro a mostrar que os cometas vistos em 1531, 1607 e 1682 eram na verdade o mesmo cometa e, portanto, periódico, que é desde então chamado de Cometa Halley.
Se um corpo pequeno apresenta uma atmosfera volátil visível,
chama-se cometa. Se não, chama-se asteróide.
Esses corpos formariam uma vasta nuvem
circundando o Sistema Solar, em órbitas com afélios a uma distância de
50 000 UA do Sol:
a "Nuvem de Oort".
Haveria 100 bilhões de núcleos cometários
nessa nuvem. Eventualmente, a interação gravitacional com uma estrela
próxima perturbaria a órbita de algum cometa, fazendo com que ele
fosse lançado para as partes mais internas do sistema solar.
Uma vez que o cometa é desviado para o interior do sistema solar, ele não
sobrevive mais do que 1000 passagens periélicas antes de perder todos os
seus elementos voláteis.
Um outro cinturão de restos gelados é
chamado de Cinturão
de Kuiper e,
ao contrário da Nuvem de Oort, está no plano do
sistema solar, de 30 a 50 UA do Sol,
portanto logo após a órbita de
Netuno.
Auto-teste de Corpos menores do Sistema Solar
O Sol - Nossa Estrela
Astronomia e Astrofísica