Mais energia de Fermi
O nosso objetivo é obter expressões para a Energia de Fermi para os seguintes
casos:
- um gás a temperatura zero
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(1) |
- um gás não-degenerado e ionizado
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(2) |
- um gás fracamente degenerado;
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(3) |
- um gás altamente degenerado e ultra-relativístico.
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(4) |
Para um gás em equilíbrio, a configuração mais provável depende da natureza
do gás. Temos as partículas:
1) idênticas, mas distingüíveis, que são partículas
clássicas;
2) idênticas, mas indistingüíveis de spin semi-inteiro e
3)
idênticas, mas indistingüíveis de spin inteiro.
Assim, para partículas clássicas, temos
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(5) |
para partículas quânticas como elétrons, pósitrons e neutrinos temos
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(6) |
para partículas quânticas como fótons, mésons e partículas temos
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(7) |
Da termodinâmica,
sabemos que
,
onde é a densidade total (número de partículas por unidade de volume),
sendo normalizado da seguinte forma:
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(8) |
Na Estatística de Fermi-Dirac,
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(9) |
onde é chamada de energia de Fermi, dependendo fracamente da
temperatura.
O fator de degenerescência pode ser obtido usando-se o princípio da
incerteza Heisenberg e fato de que para elétrons e para fótons podem existir
dois estados de polarização (spin), e que o volume do espaço de momentum,
para o qual o vetor tem magnitude constante p, é simplesmente o
volume da casca esférica, :
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(10) |
Todas as partículas possuem energia , estando os estados cuja
energia desocupados. Portanto, a partícula mais energética tem
momento e a integral da equação (8) fica:
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(11) |
Assim,
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(12) |
A esta temperatura podemos considerar a velocidade não relativística ()
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(13) |
Para um gás não degenerado e monoatômico com baixa densidade, as expressões
para clássicas e quânticas devem ser iguais. A expressão clássica
para é
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(14) |
Já a equação corresponde da mecânica quântica (com grande e negativo)
para é
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(15) |
Igualando as duas expressões acima, temos
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(16) |
Simplificando a expressão (16), podemos obter uma expressão para
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(17) |
Como
, então
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(18) |
Um gás de elétrons é descrito pela estatística de Fermi-Dirac. Assim, a
densidade de elétrons com momentum entre e é dada por
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(19) |
onde é definido como índice de ocupação para um de gás de Fermi.
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(20) |
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(21) |
Por conseqüência, temos
Utilizando a eq. (21) na eq. (19) e definindo
, com
, obtemos
onde é o potencial químico de um gás não-degenerado, dado pela eq.
(13).
Simplificando a eq. (24), obtemos:
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(25) |
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(26) |
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(27) |
Mas
, se , então fazendo
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(28) |
utilizando a equação (16) para o termo em , obtemos:
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(29) |
Como
:
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(30) |
Neste regime,
Temos que
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(31) |
onde é a probabilidade que um particular estado de momentum esteja
ocupado.
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(32) |
tem um máximo em
e é pequeno para valores de que são ou muito menores ou muito maiores
do que . As funções variam muito menos que .
Integrando a eq. (32) por partes, temos
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(33) |
Podemos definir
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(34) |
A eq. (32) fica
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(35) |
mas e são zero.
Logo, podemos escrever a eq. (32) como
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(36) |
Podemos, agora, definir
e expandir em séries de
Taylor para . Obtemos
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(37) |
com
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(38) |
Por outro lado,
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(39) |
Utilizando as eq. (38-40) na eq. (37), temos
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(40) |
Entretanto,
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(41) |
pois tem o comportamento semelhante ao da função Delta de Dirac
(em um gás fortemente degenerado), onde
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(42) |
Podemos notar que é uma função par. Como , podemos
analisar a integral do segundo termo da eq. (41) como tendo os limites e .
Desta forma, apenas valores pares de terão importância na integral
mencionada e, por conseqüência, apenas as derivadas ímpares da função
aparecerão na expressão final para .
Como é positivo, então podemos escrever
como a expansão binomial
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(43) |
Assim, a integral do segundo termo da eq. (41) se torna
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(44) |
Podemos, agora, escrever a eq. (32) como
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(45) |
ou então
Escrevendo uma expressão para a densidade de elétrons dada na eq.
(19) como função de com
, obtemos
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(47) |
A equação (48) implica que
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(48) |
A derivada de fica
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(49) |
Deste modo, usando as eq. (47-50) e considerando apenas os dois primeiros
termos do lado direito da eq. (47), obtemos
Para um gás não relativístico de elétrons podemos definir o potencial
químico como
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(51) |
manipulando a eq. (52), obtemos
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(52) |
Substituindo a expressão para da eq. (52) na eq. (51) nos dá
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(53) |
Como
, a eq. (53) fica
onde
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(55) |
Note-se que o potencial químico é a Energia de Fermi da expressão (13).
Como , então
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(56) |
Para um gás ultra-relativístico, e a eq. (51) se torna
com
.
Energia de Fermi
Evolução Estelar
Astronomia e Astrofísica
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Modificada em 15 março 2006