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Degenerescência Parcial

Para a região de transição, ou para o caso geral, precisamos utilizar a distribuição de Fermi-Dirac (1.2)
{n(p)dp = \frac{g(p)}{e^{(E-\mu)/kT}+1}dp} estatística de Fermi-Dirac   (1.2)
na equação da pressão (1.7):
${P = \frac{1}{3}\int_0^\infty p\cdot v\cdot n(p)\,dp}$ (1.7)
obtendo
$P_e = \frac{8\pi}{3h^3}\int_0^\infty \frac{p^3v_pdp}{\exp[(E-E_F)/kT]+1}$ (1.18)
e obter a energia de Fermi EF integrando-se a densidade total:
$n_e = \frac{2}{h^3}\int_0^\infty \frac{4\pi p^2dp}{\exp[(E-E_F)/kT]+1}$ (1.19)
Para temperaturas menores que T=109 K, a degenerescência total inicia-se antes dos elétrons tornarem-se relativísticos, de modo que podemos nos restringir a velocidades não relativísticas para a degenerescência parcial, isto é, podemos utilizar vp=p/me e E=p2/2me, de modo que
$P_e = \frac{8\pi}{3h^3m_e}\int_0^\infty \frac{p^4dp}{\exp[(\frac{p^2}{2m_e}-E_F)/kT]+1}$ (1.20)
e
$n_e = \frac{8\pi}{h^3}\int_0^\infty \frac{p^2dp}{\exp[(\frac{p^2}{2m_e}-E_F)/kT]+1}$ (1.21)
Podemos definir dois parâmetros adimensionais, α=a energia de Fermi comparada com a energia térmica,
\alpha\equiv -\frac{E_F}{kT}
e u=a energia cinética comparada com a energia térmica,
$u \equiv \frac{p^2}{2m_ekT}$
e escrever
P_e = \frac{8\pi kT}{3h^3}(2m_ekT)^\frac{3}{2} \int_0^\infty \frac{u^\frac{3}{2}du}{\exp(u+\alpha)+1}
e
n_e = \frac{4\pi}{h^3}(2m_ekT)^\frac{3}{2} \int_0^\infty \frac{u^\frac{1}{2}du}{\exp(u+\alpha)+1}
constituindo duas equações paramétricas para a equação de estado.

Definindo-se duas funções:

F_\frac{1}{2}(\alpha) \equiv \int_0^\infty \frac{u^\frac{1}{2}du}{\exp(u+\alpha)+1}
F_\frac{3}{2}(\alpha) \equiv \int_0^\infty \frac{u^\frac{3}{2}du}{\exp(u+\alpha)+1}
que não têm solução exatas, podemos escrever
$P_e = \frac{8\pi kT}{3h^3}(2m_ekT)^\frac{3}{2}F_\frac{3}{2}(\alpha)$
e
$n_e = \frac{4\pi}{h^3}(2m_ekT)^\frac{3}{2}F_\frac{1}{2}(\alpha)$
e finalmente
${P_e = n_e kT \left[\frac{2F_\frac{3}{2}(\alpha)}{3F_\frac{1}{2}(\alpha)}\right]}$ (1.22)
O fator $ 2F_\frac{3}{2}/3F_\frac{1}{2}$ mede o desvio da pressão eletrônica em relação ao gás não degenerado, e varia de 8 para α=-20 - energia térmica muito maior do que a energia de Fermi -, a 1 para α > 1 - energia de Fermi maior do que a energia térmica. Lembrando que a energia de Fermi é a energia do estado mais alto ocupado pelos elétrons de um sistema, para T=0, para uma anã branca normal a energia de Fermi é da ordem de 300 keV, enquanto kT=k×106 K=86 eV.
pressoes
Diagrama mostrando qual o estado do gás para as combinações de densidade e temperatura ρ-T. O gás ideal é válido para grande parte das condições das estrelas na sequência principal.
Note que os íons normalmente são não degenerados, exceto nas estrelas de nêutrons, pois seu espaço de fase é muito maior que o dos elétrons já que sua massa é cerca de 2000 vezes maior. Para a mesma energia térmica
$E_t=\frac{3}{2}kT,$
que corresponde a energia cinética,
$E_c = \frac{1}{2}mv^2,$
pois os íons são não relativísticos, a velocidade dos íons é muito menor do que a velocidade dos elétrons. Portanto:
$P_{\mbox{g\'as}} = P_e + \frac{N_A k}{\mu_i}\rho T,$
onde μi é o peso molecular médio dos íons
$\frac{1}{\mu_i} = \sum \frac{X_Zn_Z}{A_Z}$
Precisamos ainda levar em conta a contribuição da pressão de radiação à pressão total. Para comparação, esta contribuição passa de 2,1% para uma estrela de 5  M para 11% para uma estrela de 15 M.
$P_{total} = P_e + \frac{N_A k}{\mu_i}\rho T +P_rad$


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