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Como o seno de qualquer ângulo é sempre menor que 1, a massa real será maior ou igual à massa medida.
O bamboleio da estrela pode ser medido através do deslocamento Doppler das linhas espectrais das estrelas, isto é, medindo a velocidade.Os planetas medidos têm em geral massas próximas à massa de Júpiter (MJúpiter=317 MTerra e MSol=1047 MJúpiter) e períodos orbitais menores que 10 anos, de modo que sua perturbação na velocidade orbital radial da estrela seja maior que 1 m/s, o limite instrumental atual. Júpiter, com PJúpiter=12 anos, causa uma velocidade do Sol em torno do centro de massa de 12 m/s.
Um planeta extrasolar em torno de uma estrela normal é o planeta com massa mínima parecida com o da Terra em torno da estrela Alpha Centauri B (Tef=5214 K, K1V), a 4,4 anos-luz de distância, descoberto por Xavier Dumusque, Francesco Pepe, Christophe Lovis, Damien Ségransan, Johannes Sahlmann, Willy Benz, François Bouchy, Michel Mayor, Didier Queloz, Nuno Santos & Stéphane Udry, publicado na Nature, 2012, com período orbital de 3,236 dias e distância à estrela de somente 0,04 UA.
De 5140 planetas extrassolares medidos até agosto de 2022, sendo 3794 sistemas planetários e 829 sistemas múltiplos:
Em 2 de setembro de 2011, foi anunciada por Francesco Pepe e colaboradores a descoberta do planeta HD 85512 b, com 3,6 MTerra e a 0,26 UA de sua estrela, dentro da zona de habitabilidade de sua estrela, que tem 4400 K e está a cerca de 50 anos-luz de distância.
Lançamento do satélite COROT (COnvecção, ROtação e Trânsitos planetários),
uma colaboração França-Áustria-Alemanha-Espanha-Brasil, com um
telescópio de 27 cm e campo de 2,8°×2,8°
para detectar exoplanetas por trânsitos e fazer sismologia estelar,
foi lançado em 2006 e detectou dezenas de trânsitos (dos mais de 31 mil falsos-positivos),
porque para ser confirmado ele tem que ser registrado mais de uma vez.
Em feveiro de 2009 o grupo do satélite COROT divulgou a detecção de COROT-Exo-7b, com uma massa de (4,8±0,8) MTerra e um diâmetro de 1,65× o da Terra mas que orbita sua estrela a cada 20 horas (Alain Léger et al. 2009, Astronomy & Astrophysics, 506, 287; Didier Queloz et al. 2009, Astronomy & Astrophysics, 506, 303); ele tem densidade média de 5,6 g/cm3 e foi o primeiro planeta extrassolar rochoso confirmado, mas está localizado tão perto de sua estrela, 0,0172 UA, que sua temperatura pode chegar a 2300 C, como o filamento de tungstênio de uma lâmpada incandescente, derretendo rochas de silicato, se existem. A estrela tem outro planeta detectado, com 8,4 MTerra a 0,046 UA da estrela. Sylvio Ferraz Mello et al. (2010), da USP, obtém (8,0±1,2) e (13,6±1,4) MTerra para os dois planetas, reanalizando os mesmos dados. A estrela tem 0,93±0,03 MSol e está a cerca de 490 anos-luz de nós. O planeta Kepler-10b, descoberto em 2011, é similar, com cerca de 4,5 massas terrestres e 1,4 raios terrestres. Depois de descobrir 32 novos planetas, a missão COROT foi encerrada porque o satélite parou de responder em novembro de 2012.
O satélite Kepler foi lançado em 6 de março de 2009.
Um foguete Delta II levou o satélite da NASA Kepler, cuja missão era procurar por planetas tipo terrestres orbitando
na zona habitável de outras estrelas. A zona habitável é aquela com temperatura que permite a existência
de água líquida.
O satélite foi capaz de detectar a pequena redução no brilho da estrela quando um planeta passa na frente dela.
O telescópio tem um espelho primário de 1,4m de diâmetro,
com uma abertura efetiva de 0,95m.
Conta com 42 CCDs,
cada um com 2200×1024
pixeis, cobrindo um campo de 10°×10°,
e observou 156 mil estrelas de magnitudes 9 a 16.
Ele era capaz de detectar um trânsito de um planeta
como a Terra (variação de 1/12000) para estrelas mais brilhantes que
magnitude 12. A variabilidade intrínseca do Sol é da ordem de 1/100 000).
Ele detectou por exemplo o
Kepler 11f,
com 2,3 massas terrestres mas com densidade de 0,7 g/cm3, e
Kepler 11b com 4,6 massas terrestres, mas somente 1,4 raios terrestres,
densidade de 3,1 g/cm3 e
um período orbital de 0,84 dia, 20× mais próximo de
sua estrela Kepler 11,
do que Mercúrio está do Sol. A estrela é muito similar ao Sol.
Comparação
do sistema planetário
da estrela Kepler 11 com o Sistema Solar. O tamanho dos planetas
está aumentando 50× em relação ao tamanho das estrelas.
Geoffrey W. Marcy e colaboradores da missão Kepler publicaram em 2014, (Astrophysical Journal Supplement, 210, 70) a medida de seis planetas com densidades acima de 5 g/cm3 e, portanto, rochosos, com raios inferiores a dois raios terrestres.
Philip S. Muirhead e colaboradores, publicaram em janeiro 2012, a detecção de três planetas em torno da estrela de baixa massa KOI 961, com 0,13±0,05 MSol, e propõem que os planetas tenham raios menores do que o da Terra, com o menor deles similar a Marte, com raio 0,57±0,18 RTerra, o menor planeta em torno de uma estrela normal já detectado.
O sistema Kepler 20, em torno da estrela 2MASSJ19104652+4220194, com Tef=5455±100 K, massa 0,912±0,034 MSol e raio 0,944±0,005 RSol, tem pelo menos 3 sub-netunianos, com massas 8,7±2,2 MTerra, 16,1±3,5 MTerra, e 20,1 MTerra, e raios 1,91±0,16 RTerra, 3,07±0,25 RTerra e 2,75±0,23 RTerra [Thomas N. Gautier III e outros, 2012, Astrophysical Journal, 749, 15, e ainda 2 outros possivelmente com raios similares à da Terra, 1,03 RTerra e 0,87 RTerra [François Fressin e outros, 2012, Nature, 482, 195].
Dos 1235 candidatos a planetas anunciados pela missão Kepler até agosto/2011, somente 68 (menos de 6%) eram do tamanho da Terra, muito menos do que esperado. Mas o problema é que a variação média das estrelas (20 partes-por-milhão) é maior do que a do Sol (10 ppm). O satélite parou de funcionar em maio de 2013, com 3548 candidatos e 135 planetas confirmados. Em 26 de fevereiro de 2014, usando a estabilidade de sistemas com mútiplos planetas e a inestabilidade de sistemas com mútiplas estrelas, o time do satélite Kepler confirmou a existência de mais 715 planetas extrassolares orbitando 305 estrelas, incluindo 4 com raios menores que 2,5 vezes o raio da Terra e na zona de habitabilidade de suas estrelas. Em maio de 2016, tres anos depois que a missão terminou por falha em dois posicionadores, o time definiu como improvavel só os que tivessem mais de 1% de chance de serem outras coisas, confirmando então 1935 planetas.A missão K2 - operação com somente duas rodas de reação - operou até outubro de 2018, quando acabou o combustível do satélite Kepler. Até 7 de outubro de 2018, o satélite conformou 2344 planetas extrassolares. O satélite TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite), lançado em 18 de abril de 2018, tem cameras de 15 cm de diâmetro, mas está observando todo o céu, excluindo a Via Láctea, procurando trânsito de planetas em torno de estrelas brilhantes.
Fotos de discos proto-planetários, obtidos com o Telescópios Espaciais Hubble (HD 107146, a 88 anos-luz e com cerca de 50 a 250 milhões de anos)
e Spitzer (AU Mic, a 32 anos-luz e com 12 milhões de anos).
Imagem do disco e planeta em torno de Fomalhaut
(α Piscis Austrini, uma estrela A com
200±100 milhões de anos a 25 anos-luz de distância),
com o Telescópio Espacial Hubble,
com período de 872 anos em torno da estrela a 25 anos-luz, na constelação do Peixe Austral.
A estrela tem 2,06 MSol, Tef=8540 K, e o planeta cerca de
3 MJúpiter, a 119 UA da estrela (Paul Kalas et al. 2008, Science, 322, 1345).
A primeira detecção de matéria asteroidal em torno das estrelas ocorreu em 2008
com a descoberta de piroxeno rico em ferro,
enstatita (piroxeno rico em Mg) e
forsterita (olivina - silicato de ferro magnésio)
em torno da anã branca G 29-38 e cerca de 20 anãs brancas já são conhecidas
com material asteroidal caindo sobre a estrela, depois da disrupção por
forças de maré.