Multiplicando-se vetorialmente a equação (1) por :
Até agora encontramos dois vetores constantes, e , e um escalar constante, ε, de modo que já temos 7 integrais. Entretanto, elas não são todas independentes. Por exemplo, como está no plano da órbita, e em um plano perpendicular a este, ·=0.
Multiplicando-se (4a) escalarmente por , temos:
Esta é a equação de uma cônica (elipse, parábola ou hipérbole) com foco na origem, em coordenadas polares. As cônicas foram estudadas pelo matemático grego Apolônio de Perga (c. 262 a.C.- c. 190 a.C.) em 200 a.C.
Note que é mínimo quando γ=0, isto é, na direção de , provando que aponta na direção do pericentro.
Lembrando que μ = G(m + M), e comparando com a equação da elipse (ver Apêndice),
Se a excentricidade e = β/μ 1, o movimento é infinito, isto é, não se repete. Se e = 1 o corpo se move em uma parábola, e se e > 1 em uma hipérbole, o que não é o caso dos planetas, mas às vezes dos cometas e asteróides.
Vamos determinar a excentricidade e. Da equação que introduziu (4a) temos:
Resumindo, a lei das órbitas elípticas dos planetas é uma consequência do tipo de força que atua entre os planetas e o Sol. Newton mostrou que as únicas órbitas possíveis para um corpo interagindo gravitacionalmente com outro são as secções cônicas: círculo, elipse, parábola ou hipérbole, nomes dados por Apolônio de Perga.
Um círculo pode ser pensado como uma elipse com e = 0 e a = b. Uma parábola pode ser pensada como uma elipse com e = 1 e a = ∞. Uma hipérbole pode ser pensada como uma elipse com e > 1 e a < 0.
Se o corpo tiver movimento periódico, como os planetas, sua trajetória será circular ou elíptica; se o movimento for não periódico, como é o caso de alguns cometas e asteróides, a trajetória será parabólica ou hiperbólica. O fator decisivo sobre o tipo de órbita é a energia do sistema, detalhado adiante. A órbita circular é a de menor energia possível, mas requer que as condições iniciais do movimento sejam perfeitas, o que dificilmente acontece na natureza.
O termo apside refere-se à menor ou maior distância do objeto ao foco.