next up previous contents index
Próxima: Propriedades de Anãs Brancas Não-Binárias Volta: Interiores Estelares Anterior: Resultados dos Modelos de Alta Massa

Anãs Brancas

Embora a grande maioria das anãs brancas conhecidas estejam na vizinhança imediata do Sol, principalmente dentro de 300 pc, aproximadamente 98% de todas as estrelas que já saíram da sequência principal são anãs brancas. Como as anãs brancas esfriam vagarosamente, mesmo as anãs brancas mais velhas no disco da nossa galáxia ainda estão visíveis, com luminosidades acima de L=3×10-5 L, exceto talvez as raras com massa acima de 1 M mais frias. Como as anãs brancas têm massa abaixo do limite de Chandrasekhar, cerca de 1,44 M e são os núcleos degenerados das estrelas que nascem com 0,85 M (as de massa mais baixa ainda estão na sequência principal após 13,78 G ano) a cerca de 10 M, dependendo da metalicidade da progenitora, a maior parte da massa dos progenitores foi perdida antes da fase de anã branca. A evolução pelo Ramo Assintótico (AGB) e depois por nebulosa planetária é um dos canais de formação das anãs brancas, mas existem outros canais evolutivos: estrelas com perda de massa muito alta passando para anã branca diretamente do ramo horizontal estendido para subanã e daí para anã branca, e também estrelas binárias interagentes, através de envelope único (common envelope). No diagrama de Hertzsprung-Russel, as estrelas anãs brancas formam uma sequência bem definida, cerca de 5 magnitudes mais fraca do que a sequência principal (raio≃1/100 R).
subdwarfs
George A. Gontcharov, Anisa T. Bajkova, Peter N. Fedorov & Vladimir S. Akhmetov (Candidate subdwarfs and white dwarfs from the 2MASS, Tycho-2, XPM and UCAC3 catalogues, 2011, Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 413, 1581).
O catálogo de anãs brancas identificadas espectroscópicamente é mantido no Montreal White Dwarf Database, por Prof. Patrick Dufour (Université de Montréal) e Dr. Simon Blouin (University of Victoria), Canada.
espectros
espectros
espectros
Espectros de anãs brancas [Kepler de Souza Oliveira Filho (S.O. Kepler), Detlev Koester, Ingrid Pelisoli, Alejandra D Romero & Gustavo Ourique, 2021, White dwarf and subdwarf stars in the Sloan Digital Sky Survey Data Release 16, Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 507, 4646]
sdO
Uma população ainda mais numerosa observacionalmente do que a das anãs brancas é a das sub-anãs sd (subdwarfs), de tipo espectral B ou O, que ocorrem por grande perda de massa no ou após o Ramo Horizontal. Foram descobertas por Fritz Zwicky (1898-1974) e Milton L. Humason (1891-1972) em 1947. As sds e as anãs brancas quentes dominam a luz no (ultra)-violeta em populações velhas e precisam ser incluídas nas sínteses de população estelar para aglomerados e galáxias (Laksh Gupka et al. 2025, An excess of luminous white dwarfs in the peculiar Galactic globular cluster NGC 2808, arXiv:2509.26190). Existem também subanãs frias, de tipo espectral F e G, que são estrelas de baixa metalicidade queimando hidrogênio no núcleo, assim classificadas por Gerard Kuiper (1905-1973) em 1939. Philipp Podsiadlowski e Zhanwen Han (2004, Astrophysics & Space Science, 291, 291), propõem que os canais principais de produção de sdOs e sdBs são através de transferência de massa em binárias interagentes e coalescência de duas anãs brancas de hélio. As subanãs são mais brilhantes que as anãs brancas e têm log g ≲ 6,5 (cgs) e Tef ≳ 18 000 K. A classe sdA foi estabelecida por Kepler de Souza Oliveira Filho (S. O. Kepler), Ingrid Pelisoli, Detlev Koester, Gustavo Ourique, Alejandra Daniela Romero, Nicole Reindl, Scot J. Kleinman, Daniel J. Eisenstein, A. Dean M. Valois & Larissa A. Amaral (2016, New white dwarf and subdwarf stars in the Sloan Digital Sky Survey Data Release 12, Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 455, 3413)
sdB
Lionel Siess (2008, Proceedings IAU Symposium No. 252) a estimou em 11 M como a massa máxima das estrelas que geram anãs brancas de O/Ne/Mg e não explodem como supernovas. Stephen J. Smartt (2009, Progenitors of Core-Collapse Supernovae, Annual Review of Astronomy & Astrophysics, 47, 63), e com J. J. Eldridge, R. M. Crockett, & J. R.Maund (2009, The death of massive stars - I. Observational constraints on the progenitors of Type II-P supernovae, Monthly Notices of the Royal Astronomical Sociery, 395, 1409) concluem que estrelas com massa superior a 8,5±1,5 M tornam-se supernovas tipo II.
next up previous contents index
Próxima: Propriedades de Anãs Brancas Não-Binárias Volta: Interiores Estelares Anterior: Resultado dos Modelos de Alta Massa
Volta Astronomia e Astrofísica
©