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Um gás degenerado é um gás quântico, isto é, que não pode ser tratado pela mecânica clássica.
O Princípio da Incerteza de Werner Karl Heisenberg (1901-1976),
acoplado ao Princípio da Exclusão de Wolfgang Pauli (1900-1958),
que diz que dois férmions não podem ocupar o mesmo estado quântico
simultaneamente, força os elétrons a altos níveis
de energia e, portanto, altas velocidades.
Matéria normal:
Matéria degenerada:
Por exemplo, para um elétron com Δr=10-11m, v=73 mil km/s,
enquanto que vtérmica (T=100 milhões K)= 68 mil km/s.
Distribuição de energia de
Fermi-Dirac para uma temperatura finita
(linha pontilhada), e para temperatura zero (linha contínua). Para
temperatura zero, equivalente a um gás totalmente degenerado, nenhuma
partícula tem energia superior à energia de Fermi EF.
Lembrando que a energia de Fermi é diretamente ligada ao
momentum devido ao Princípio da Incerteza, para um mesmo volume
todos os férmions terão o mesmo momentum.
Como a energia associada a este momentum p é dada por
E=p2/2m, no caso não relativístico,
onde m é a massa da partícula, os prótons
e nêutrons, por terem massa cerca de 2 000 vezes maior do que
a dos elétrons, têm energia de Fermi e velocidade 2 000 vezes menor e,
portanto, precisam estar em um volume 2 000 vezes menor que para os elétrons, para estarem
degenerados.
No interior dos planetas gigantes e estrelas evoluídas,
os elétrons estão degenerados, mas os prótons
e nêutrons não. Nas estrelas de nêutrons, com
raio cerca de 1000 vezes menor que o das anãs brancas,
os nêutrons estão degenerados, e as derivações
a seguir se aplicam, substituindo-se elétrons por nêutrons.
Como os elétrons são partículas de spin semi-inteiro,
um gás de elétrons obedece a estatística de Fermi-Dirac.
A densidade de elétrons com momentum
no
intervalo p
e
p+dp
é dada pela equação (1.2):
onde definimos o índice de ocupação para um gás de Fermi como
O fato de
P(p)
ter valor máximo de um é uma expressão do
Princípio de Exclusão de Pauli. Quando P(p)
é unitário,
todos os níveis de energia do gás estão ocupados. Portanto,
a máxima densidade de elétrons, no espaço de fase, é
![[n_e(p)]_{max} = \frac{2}{h^3}4\pi p^2 dp](img88.gif) |
(1.10) |
É esta restrição na densidade de elétrons no espaço
de momentum que cria a pressão de degenerescência. Se aumentamos
continuamente a densidade de elétrons,
os elétrons são forçados
a um estado de maior momentum e, portanto, maior pressão, simplesmente
porque todos estados de momentum mais baixo já estão ocupados.
Para qualquer temperatura e densidade de elétrons
ne,
o valor da Energia de Fermi EF
é determinado pela integral
Se a densidade for baixa, EF
é um número grande e negativo, e
P(p)
será menor do que um para todas as energias, e a distribuição
de Fermi-Dirac se reduz a uma distribuição Maxwelliana.
Conforme a densidade for aumentando, para uma temperatura constante,
a energia de Fermi se torna primeiro pequena,
cruzando zero e chegando a grandes valores
positivos, em altas densidades. Se a energia de Fermi
for muito maior do que
kT, a distribuição de momentum
será uma função degrau, e chamamos este limite de
degenerescência total.
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