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Se a energia associada ao momentum
p0
for muito menor
do que a energia de repouso do elétron,
mec2=0,51 MeV,
então
ve=p/me
para todos os momenta na distribuição,
e a integral da pressão (1.7) é diretamente:
 |
(1.13) |
onde nr significa elétrons não-relativísticos.
Usando a relação entre o momentum total e a
densidade de elétrons (1.12),
 |
(1.12) |
demonstramos
que a pressão de elétrons é determinada pela
densidade de elétrons:
 |
(1.14) |
Podemos expressar a densidade de elétrons em termos da
densidade de massa [veja eq. (1.61)]
onde
μe
aqui é o peso molecular médio por elétron,
ou seja, o número médio de massas atômicas (A) por elétron:
e
onde
NA
é o número de Avogadro [Amedeo Avogadro (1776-1856)].
Normalmente μe≃2,
a não ser que o gás contenha uma fração
substancial de hidrogênio, o que não é geralmente o caso para estrelas
pois o estado degenerado é atingido no núcleo de estrelas
que já queimaram o hidrogênio,
e os núcleos de anãs brancas são predominantemente
compostos de He, C, O, ou Ne, todos com A/Z=2.
Mas para os interiores de planetas gigantes e anãs marrons,
onde também há degenerescência, o hidrogênio
é dominante.
Note que a pressão degenerada e não
relativística dada pela equação
(1.15) não depende da temperatura
e, portanto, um aumento da temperatura não causa um aumento da pressão,
e subsequente expansão, que reduziria a temperatura. Este fato
tem implicações na história evolutiva das estrelas,
desde a queima explosiva do hélio até a explosão de
supernova, como veremos no decorrer desta discussão de Evolução Estelar.
Como a pressão degenerada não depende da temperatura, ela permite a existência de equilíbrio
hidrostático para objetos frios, como anãs marrons, anãs brancas e estrelas de nêutrons.
Estes objetos não se contraem ou expandem quando a temperatura muda, mesmo quando alguma reação nuclear se inicia,
aumentando a temperatura. O fato das partículas ocuparem níveis mais altos, com maior momentum - velocidade -, aumenta
seu livre caminho médio, tornando a condução térmica eficiente e reduzindo os gradientes de temperatura.
Vemos pela equação
(1.15) que a pressão de um gás de elétrons
degenerado aumenta como uma potência 5/3 da densidade.
Como para um gás não degenerado a pressão aumenta linearmente
com a densidade, P=NkT, é claro que, com o aumento de densidade,
existe um ponto em que a pressão degenerada será maior
do que o valor dado pela fórmula não degenerada.
Podemos definir uma linha no plano ρT
dividindo a
região degenerada da não-degenerada, calculando-se
os valores para os quais as duas fórmulas são iguais:
ou seja, a pressão completamente degenerada supera a pressão
não-degenerada para densidades maiores do que
Naturalmente a transição de não-degenerado para degenerado não
ocorre abruptamente, mas sim suavemente. Na região de
transição, precisamos utilizar a equação que discutiremos
na
seção de degenerescência parcial. Para o interior do Sol, onde
ρ/μe≃102 g/cm3
e
T≃107 K,
a inequalidade mostra que o gás está completamente não-degenerado.
Para o interior de uma anã-branca onde
ρ/μe≃106 g/cm3
e
T≃106 K,
a inequalidade se satisfaz, e a pressão degenerada domina.
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